quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ponto final

Uma vez me disseram que sempre acabo as histórias antes do final. A partir desse dia, pensei em colocar mais algumas frases na história, mas escrever é tão difícil. E quando eu parei para analisar, percebi que realmente faço isso sempre. Sou viciada em terminar. Sou um ponto final que termina as coisas pelo medo de ir até o fim. Cada frase que sai dos meus pensamentos tem uma perfeição que só faz sentido porque me define na imperfeição do que eu sou. Cada texto é uma confissão arrancada da minha alma para que ela não sofra diante de tantos pensamentos dentro de mim. Sou ponto final e interrogação. Juntos. Eu me julgo e por isso acabo me traindo. E fico observando essa menina cheia de pontos finais e de defeitos. É uma definição meio que bruta, mas o que importa é que ela vem do meu próprio olhar. Eu não consigo ser superficial. Me entrego e não nego. Eu não sei ser amiga sem querer ser amiga. Eu não sei sorrir sem querer sorrir. Eu não sei ser simpática sem querer ser simpática. Tudo parece tão complexo. Mas quando eu sou, sou de uma forma tão completa que até transbordo. E meu único padrão é rir escandalosamente até doer a barriga. E chorar desesperadamente até não sobrar nenhum tipo de angústia. Meu tumulto particular é o que me aproxima do meu lado criança, do meu lado adulta, do meu lado menina, do meu lado mulher, de todos os meus lados - fáceis ou não. Escrever é a minha forma de tentar me entender, me entende? Ponto final.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Abraço de despedida


É querido, se você olhar para o céu agora, irá ver o mesmo céu estrelado de quando nos conhecemos. Lembro-me bem de tudo, nos mínimos detalhes. Eu até brinquei que poderia chover e acabar com meu penteado. E você riu. No fim das contas, não choveu. Em uma das nossas últimas conversas você comentou que nós éramos um tipo de amor, mas qual? Nunca soubemos. Desde o início eu sabia que de alguma forma, algum de nós dois estragaria tudo isso. Eu sempre fui a primeira a ter saudades absurdas, a me arrepender e a escrever. Tudo isso porque eu sou previsível e muito impulsiva. Você ficou sentado na platéia, assistindo tudo. Viu nosso relacionamento acabar, eu te deixar. Viu-me querer voltar, e leu tudo que escrevi pra ti. Tudo que escrevi sobre nós. Há meses me controlo para não vir escrever ou dizer qualquer coisa sobre nós, qualquer coisa, eu e essa minha mania de achar que escrever vai mudar algo. Eu continuo sentindo sua falta, bem pouco. Mas, ainda resta saudade. E eu realmente não sei, não sei o que me fez falar tudo isso agora. Talvez tenha sido pelo nosso último encontro. Você me abraçou muito forte e disse: volta pra mim. Eu não retribuí o abraço, de forma fria. Mas, me recordo que pensei no momento em que te sentia "o melhor abraço do mundo". Você comentou sobre o abraço e eu sorri. Já esperava essa atitude de ti. Querendo ou não, aquelas três palavras fizeram o sol brilhar mais forte naquela tarde. Eu já pressentia que isso iria acontecer. Que você iria se arrepender. Eu juro que eu já sabia. O seu abraço trazia a esperança de um recomeço, mas o meu era de despedida.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

So be it.

Os primeiros dias do ano estão sendo bonitos. E confusos, também. Dias bonitos me fazem querer viver mais. Sentar na areia e observar o céu azul, ouvir os pássaros cantar... ou até mesmo o calor infernal da estação e os veículos que quase me atropelaram. Amanhã é outro dia, aprendi isso ontem. E hoje eu não quis ficar triste ou sentir qualquer coisa que não me deixasse curtir o dia que eu estava perdendo até antes de meio dia. Não importa o quanto o amor me perturbe e não me deixe dormir ou o quanto o sono está presente em mim, saí pela praia para sentir a brisa do mar bater no rosto. Aprendi com aquele ditado que diz: "quem procura, acha" e resolvi não querer achar nada. Resolvi que não iria mais me preocupar. Resolvi que vou parar de sentir. Só respirar, sabe? Essa coisa de sentir me dá um cansaço.