quarta-feira, 14 de março de 2012
Casa vazia
Entrei em casa. Janelas fechadas. Uma casa vazia. Chovia. Todas as outras ocupadas. Estava sentada, em um sofá vazio. Corri em direção a ele, o sofá. O sofá vazio agora seria ocupado, por mim. Sentei no sofá, mesmo sozinha, e me gritaram da outra casa com o sorriso de alegrar uma vida: " vai ficar ai só?" e disparou a rir. Eu ri também e retruquei "antes só, que mal acompanhada". Sem graça, me calei e continuei ouvindo o MP3 Player. Puxou assunto de novo "porque você gosta de estar só?". O sorriso falava mais do que as palavras. Calei-me novamente. A solidão na minha casa se espalhava, mas a companhia da casa ao lado estava valendo á pena. Outro dia, recebi uma visita. As mãos se encostaram e o coração disparou. A casa continuava vazia. E agora, com uma goteira. Desocuparam as outras casas sem o brinde da goteira no telhado, mas preferi continuar naquela casa. Eu ria muito, da água caindo e em troca novamente ganhava aquele sorriso. Aquele sorriso que vinha da casa ao lado. Uma troca justa. Passaram-se vários meses e infelizmente a casa ao lado foi desocupada. A minha casa perdeu a graça. Goteira na casa, chuva, pequena trocas de palavras e um belo sorriso. Ás vezes a vida pode ser simples. Se não dá pra ser feliz a vida toda, momentos assim compensam bastante. Viva todos os sorrisos. Momentos mágicos, podem valer o minuto, o dia, o mês, a vida.
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