domingo, 17 de junho de 2012
Porta aberta
Há três anos eu não o conhecia. Passei 17 anos sem sequer imaginar alguém com esse nome, esse cabelo, essa voz, esse rosto, essa pele, esse mundo. Peguei o capote dele, esquecido no sofá da sala. E guardei, com todo meu carinho. Sem assombro, naturalmente, como se eu fosse passar o resto dos dias ao lado daquele menino lindo. Abraço sem motivo e sorriso sem razão. Porque o abraço dele era porta fechada. E nenhum mal podia me alcançar dentro daqueles braços. Havia entendimento. Havia confiança. O medo ficava lá fora. Eles eram um do outro. Porque eles se completavam. E isso só é possível quando o outro faz parte da gente. Enfim, você agora é parte de mim.
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